quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Cuidado ao Embarcar



“Não posso ser bagagem de ninguém” – Verônica H. 


Fonte da imagem: http://migre.me/cyy27

Sou bagagem cheia, feita na última hora, desorganizada, com tudo guardado e espremido, difícil de achar onde abre.  E eu não quero que ninguém me carregue, até porque eu não tenho alça, sou complicada para ser levada. Falta rodinha também.  É difícil me levar, o peso é grande, tem que ter força... E nem eu tô me aguentando mais. Não quero um dia me ver sendo arrastada por aí e nem largada no meio do caminho. Odeio gente que me coloca no colo e depois me abandona num trem qualquer. Se for para carregar, não me abandona quando a mala começar a rasgar e as coisas começarem a cair. 

O meu percurso não é fácil e eu odeio despedidas. 

E no final, sou dessas malas que nasceram para viver extraviadas mesmo. 


sábado, 22 de dezembro de 2012

Café

Fonte da imagem: http://migre.me/cuEim

Você tem cheiro de café entrando pela porta do quarto, de mansinho, pela manhã. Forte, intenso.

Parece que invade tudo, cada canto da casa – de mim – e inebria a todos – a mim.

Você me faz ir atrás de você, desse seu cheiro de café.  

Tem o conforto e a preguiça da manhã, a esperança de um novo dia e que hoje pode ser melhor. E também essa vontade de ficar pra sempre na cama, em cima dos lençóis, debaixo das cobertas.  

Você é essa coisa que acorda comigo todo dia e me lembra que eu preciso levantar e viver, cair na rotina, ver o sol. Nem parece tão ruim.

E olha que eu nem gosto de café, toda vez que eu bebo faço careta. Mas quando eu te bebo, eu sorrio. Vai entender.