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Elas são cortantes e muitas vezes não cicatrizam. Você não consegue desviar quando elas são jogadas aos moinhos que as trituram na sua mente. Trituram com um cuidado extremo,
delicadamente, sílaba por sílaba, te enlouquecendo vagarosamente e acariciando
cada pensamento seguido delas. Elas ecoam no abismo da sua alma e beliscam o
seu coração. Elas doem. No silêncio elas ficam em negrito e sublinhadas na
mente. Mas muitas vezes o pior são aquelas que saem de você, num súbito momento
de impulsividade, porque essas queimam e apertam a sua alma e a de outro
alguém. O sangue que escorre já não é mais só seu, a caneta dos seus lábios
rabiscou a sua pele e não há borracha que apague essas pequenas letras unidas
que você num ímpeto momento escreveu também em outro corpo. Você joga a palavra
‘desculpa’ como corretivo, mas muitas vezes essa já não tem mais o mesmo poder.
Outras, você de forma desesperada para se livrar de agonias, tenta jogar
palavras duras como dados na roleta da vida pra ver o resultado do jogo e no mix disso vira
só mais um arrependimento de jogos de palavras. Mistura na sua alma a palavra
‘orgulho’ e finge esquecer o texto mau feito que escreveu num canto qualquer do
papel do destino da sua vida.
Porém, tem algumas palavras que alguns suavemente jogam no mar da
sua vida, outras vezes você também joga. Essas adocicam um pouco do mar tão
salgado, causam uma calmaria e suavizam os cortes daquelas outras. Fazem seus
lábios deixarem de ser caneta pra virarem sorriso.