sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Roteiro de um palco imperfeito

Eu tenho um roteiro, assim inteiro;
Escritos nas insônias de agosto, pressuposto;
Tem personagens esquecidos, ou eles que me esqueceram?
As falas não têm vírgulas ou travessões;
Têm reticências e palavras atravessadas, é emergência!
Clemência!
Deixe-me buscar nos meus arquivos as nossas falas;
Aqui está! Acompanhe-me;
 
Não, você está errando! Tenta essa palavra, essa frase
Ah, quase!
O que é isso? Está profanando?
Siga o que eu escrevi, vamos!
Nada de profetizar, pressentir;
Não quero improvisos, já aviso!
Apenas, muitos risos e sorrisos. Eu preciso!
Que tal pularmos pras cenas do próximo capítulo?
Isso, perfeito!

Ei, ei! Espere, não! O final... Desfeito.
Foi desfigurado, inacabado
Quanta falta de profissionalismo,
Devolva-me então, minhas páginas e meus rabiscos,
Vou pôr tudo ao lado dos cacos e destroços desse nosso palco;
Vambora,
sem roteiro, que a aurora não demora.

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