sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Roteiro de um palco imperfeito

Eu tenho um roteiro, assim inteiro;
Escritos nas insônias de agosto, pressuposto;
Tem personagens esquecidos, ou eles que me esqueceram?
As falas não têm vírgulas ou travessões;
Têm reticências e palavras atravessadas, é emergência!
Clemência!
Deixe-me buscar nos meus arquivos as nossas falas;
Aqui está! Acompanhe-me;
 
Não, você está errando! Tenta essa palavra, essa frase
Ah, quase!
O que é isso? Está profanando?
Siga o que eu escrevi, vamos!
Nada de profetizar, pressentir;
Não quero improvisos, já aviso!
Apenas, muitos risos e sorrisos. Eu preciso!
Que tal pularmos pras cenas do próximo capítulo?
Isso, perfeito!

Ei, ei! Espere, não! O final... Desfeito.
Foi desfigurado, inacabado
Quanta falta de profissionalismo,
Devolva-me então, minhas páginas e meus rabiscos,
Vou pôr tudo ao lado dos cacos e destroços desse nosso palco;
Vambora,
sem roteiro, que a aurora não demora.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pessoas Escrotas Saem do Esgoto

Hipócritas de sorrisos amarelos rondam o seu castelo, cuidado;
As máscaras deles subverteram-se, inverteu-se, um ácido caiu sobre elas;
Aqueles que avançam e desmontam, o olhar macabro deles te cega;
Imutáveis sorrisos negros, edificados em lamento;
Maligno calor humano vindo de ventres banhados em veneno;
Babam temperos de angústia misturados com histórias falsificadas e revolvidas, cospem esgoto;
O veneno escorre e eu finjo não ver.
A carapuça serviu. E você hipócrita, obteve um caimento perfeito.
Continue aí, então, no seu leito... Insatisfeito!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Não é uma consulta qualquer

Entrou na sala do médico tão de mansinho que parecia quase voar.  Sua respiração era lenta, quase mórbida. Os olhos caídos e inchados.
Sentou lentamente na cadeira, esperou que o médico lhe perguntasse algo, não queria ser a primeira a pronunciar qualquer palavra. Não queria falar. Por ela ficaria calada para sempre, ou melhor, por que todos não se calavam para sempre?

O médico esperou que ela dissesse pelo menos seu nome, em vão.
- Então... Qual é o seu problema? – Pergunta óbvia que ele fazia para todos os pacientes soou tão entediante, quanto a cara da moça que estava a sua frente.
- Dói aqui. E aqui. – Apontou para o coração e para a cabeça.
- E quando isso começou? – Fingia anotar qualquer coisa, no final ia receitar um analgésico mesmo.
- Foi depois de uma viagem que eu fiz. – O liquido que lavava seus olhos há alguns dias estava voltando ao seu trajeto, a começar por aquele nó que ele dá na garganta antes de escorrer pelos olhos.
O médico pareceu se interessar um pouco pelo caso.
- Interessante. Para onde foi essa viagem? – Pela primeira vez olhava realmente para a moça.
- Não sei qual é o nome. Me levaram. Parecia interessante, percebi que era perigoso... Nem cheguei a ficar muito tempo, mas lembro muito bem de quando eu resolvi sair de lá. – Um olhar distante, como se estivesse fora do corpo estava estampado no rosto dela.
Ele estava começando a achar que teria que levá-la para a ala psiquiátrica.  
- E como era esse lugar? Por que você resolveu sair de lá? – Largou a caneta e sentou-se próximo a moça, extremamente interessado.
- Não, não. Dói. Não quero lembrar! – Apoiou sua cabeça entre as pernas.
- Ok, fique calma. Mas pelo menos me diga o motivo que a fez abandonar esse lugar. – Segurou a mão dela.
Afastou suas mãos da dele. Colocou um dos fios que caiam, atrás da orelha. Colocou suas pernas em cima da cadeira junto ao seu corpo, fechou os olhos e continuou.
- Era uma desordem, tudo muito confuso. Sabe aquela bagunça que fica após uma festa, com os pratos sujos, as bexigas murchas pelo chão, tudo fora do lugar que até parece que nunca mais voltará a ser organizado como antes? Aí você fica nervoso com tudo aquilo, a agonia de não dar conta te consome. Até que você percebe que precisa criar coragem e dar um jeito em tudo aquilo, antes que toda aquela desordem se agrave mais. Foi esse o motivo por eu abandoná-lo.

O liquido que havia estacionado em sua garganta, agora invadiu os olhos da moça pra virar uma fonte de coisas sujas a escorrer por entre seus olhos.
- Mas você não organizou, você abandonou. – Ele parecia perceber algo mais profundo vindo de toda aquela história.
- Não! Sair de lá foi uma forma de organizar. Sem mim ali, talvez, a pessoa que cuidasse do lugar conseguisse coordenar toda aquela bagunça, minha parte foi feita durante os dias que passei por lá. – Olhava horrorizada para o médico que parecia ter lhe ofendido com aquela afirmação, sair de lá tinha sido sua atitude mais corajosa.
- E por que você não reclamou disso com o prefeito ou pra pessoa que comandava o lugar?
- Não é simples? É como quando você vê um amigo participar de um jogo, você olha e parece fácil. Até ri dele por ele não conseguir passar de fase. Como uma coisa tão simples ele consegue dificultar tanto com movimentos tão complexos?
Mas no momento que ele te desafia a jogar, você percebe que não é fácil. Exige algo que você não sabe definir o que é, luta pra passar de fase e nada... Era exigir demais que eu conseguisse chegar até o prefeito, passar de fase seria um mártir. Preferi continuar, apenas, a observar o jogo.
- Entendo. Acho que nesse jogo que você se encontra eu não tenho remédio pra lhe dar. – Observou o médico, entendendo o que realmente se passava.
- E o que eu faço com isso e isso? – Apontou novamente para o coração e a cabeça, só que com um toque de raiva.
- Quando dói? – Voltou para sua caneta e sua falsa anotação.
- Quando eu lembro a cabeça grita. Quando a cabeça grita o coração dói. Todo o tempo, constantemente. E não saí daqui, nem daqui. – Apontou novamente para o mesmo lugar, só que já sem forças a moça.
- Toma aqui um Lisador.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Cuida de mim?

- Lembra o dia que você prometeu cuidar de mim? – Perguntou com aqueles olhinhos caídos e meigos que era uma das características mais marcantes dele.
-Lembro, claro que lembro! Por que essa pergunta agora? – Tirou os dedos que passava por entre os cabelos castanhos dele e o olhou espantada.
- Até quando você vai conseguir cumprir? – Mexia no zíper do bolso de forma agonizante com o olhar cabisbaixo. Ignorou a pergunta dela.
- Como assim? Eu não estou aqui com você agora? – Olhava com o coração apertado, como se o tivesse ferindo.
- Sim. Mas até quando? Ando te vendo aí meio em carne viva, recolhendo caquinhos... – Parecia se sentir culpado.
- Não, não é isso (Encheu o ar nos pulmões e continuou)... Eu vou sempre estar aqui quando você precisar. É só que (soltou o ar que preenchia o vazio que se encontrava a sua alma)... Eu também tenho meu lado frágil, posso passar toda essa segurança, mas no fundo sou uma boba carente que precisa de cuidados. Quero doar, mas também preciso receber. – Ela expressava vergonha no olhar.
- Eu entendo... (respirou fundo) Não sei o que dizer... – Tinha um tantinho de lágrimas nos pequenos olhinhos dele.
Segurou forte uma das mãos dele, com a outra mão passou seus dedos novamente por entre os fios do seu cabelo castanho.  Ergueu suavemente a cabeça dele, olhou fundo em seus olhos e disse:
- Não se preocupe, esse é o meu papel de doadora. Sempre foi. Vou ferida cuidar de você, mas vou. – Sorriu, assim de canto de boca, suavemente sem dor.
 - Mas... E se eu disser que quero mudar esse seu papel? – Aquele doce olhar dele se tornou decidido, como nunca antes ela tinha visto.  
- Como assim? – Era o olhar dela que se tornava confuso dessa vez.
- Eu quero, eu vou cuidar de você também, minha pequena.

“Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim, enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim, enquanto finjo... Enquanto fujo... “
O Teatro Mágico – Cuida de mim

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Não demore a ir embora, por favor.

No meio de todos estava a menina. Ela era como um espelho, refletia os sorrisos e as risadas, sem saber do que ria ou sorria. Mas, refletia o que via.
Por que não choravam? Ela queria que eles chorassem, assim ela poderia refletir a verdade escondida nela, desatar aquele nó que por alguns dias habitava sua garganta.
Mas, se chorassem significaria que estavam tristes, não é? Isso ela também não queria. Por isso sorria e ria.
Eles falavam, ela só ouvia ruídos. Doía.
Eles gesticulavam e olhavam pra ela. Doía.
Ela acompanhava os passos deles, ouvia barulhos ao redor. Doía.
Pensava nos sentimentos deles e se continha. Aconselhava. O que ela estava falando fazia sentido? Doía.
Sorria e ria. Doía.
Em casa desatou o nó. Teve a certeza, Ela voltou.

domingo, 11 de setembro de 2011

Estabelecimento


               Fonte da imagem: http://garagelollipop.blogspot.com/2011/01/bem-vindos-as.html


Nesse estabelecimento há muitas regras. E se prepare, porque a própria dona não é capaz de seguir todas.
Cautela. Isso que aconselho aos senhores.
 Em certos espaços a organização é imprescindível, em outros te diria “Cuidado onde pisa, não se sabe que tipo de material encontrará pelo chão. Ele pode te machucar.”
Ela cuida bem de quem entra, mas se você der motivos para ser expulso te garanto que ela não pensará duas vezes ao empurrá-lo para longe.
Tem um ótimo espaço, pode trazer sua bagagem.
Tem um espaço reservado, nesse ninguém ousou se arriscar a entrar. Todos têm medo de quebrar o que pode conter lá.
Tem uma fonte suja, não gosta dela, mas ela já estava lá quando o estabelecimento foi comprado. A reforma está em uma eterna construção.
Tem um armário de máscaras, o abre em caso de emergência. Poucos reconhecem as máscaras.
Ei, também tem festa todo dia com apresentação de palhaços e bailarinas.
Esses e outros espaços surpreendentes você encontrará.
Abra devagar a porta. Não deixe entreaberta. Escolha bem os móveis que for colocar lá.
Seja bem-vindo.

O Celular

Um vento fresco e um sol do tipo que aquece o coração começavam a dar espaço para a lua tomar o seu lugar. Eles estavam deitados na grama em silêncio havia algumas horas.

Ela pressionava o celular como se quisesse ressuscitá-lo de alguma forma.

- Você vai quebrar seu celular o segurando com tanta força. – Ele observou e riu.

- Desculpa. Eu estou fazendo de novo, né? – Olhou cabisbaixa de forma arrependida.
- É. Você sabe que o visor do celular não vai piscar, que o celular não vai tocar a música especial dele avisando que ele tá te ligando. Ele não liga mais.
- Eu sei. Na verdade ele nunca ligou muito. Não se importava no auge do nosso “amor” (fez sinal de aspas com a mão) quem dirá agora que tudo retornou a estaca zero. – Olhou para a insignificante formiga que passava como se quisesse trocar o seu lugar com o dela.
- E você ainda continua aflita à espera dele... – Disse ele com ar de decepção.
- Sinto tanta raiva desse meu jeito. Que vontade de jogar esse maldito celular bem naquela árvore! – Disse ela, segurando o grito.
- Joga! – Alegrou-se ele.
- É mais forte que eu... Não consigo. Acho que nasci pra fazer esse papel da personagem que está sempre à espera, que sofre, que ama. Ama demais. Sempre mais.
Enquanto ela falava o celular piscou. Ele apontou em sinal de aviso.
- Aposto que é alguma propaganda. – Demonstrou desinteresse.

Clicou delicadamente em "ver mensagem".
“Você não é a única que ama sempre mais. Eu amo demais, você nem nota, sua boba.
Eu te amo !
Assinado: O cara deitado ao seu lado."

sábado, 10 de setembro de 2011

Sonhos, pior que aqueles.

 Foi perfeito, tudo certo. Certo demais.
 Era real, como desejava que realmente fosse. Podia sentir o calor, o cheiro e a voz. Aquela voz ao pé do ouvido dizendo “segredos de liquidificador". O cheiro que permanecia em mim por horas eternas. O calor que fazia enquanto lá fora nevava, afinal era só nosso.


 Foi tudo atirado como uma metralhadora de sentimentos em minha direção nesse sonho.
Como se dissesse, "Toma, menina! Esse foi seu presente, passado e o que poderia ter sido seu futuro. Engole, sua tonta!"


 E acordei chorando. Chorei por não ser real, chorei por você não estar ali naquele momento pra dizer que estava tudo bem, chorei pelo despertador ter me acordado, chorei por saber que não éramos “nós”. Era eu e você, assim separado. 

 Eu me sentia insignificante deitada naquela cama, enquanto lágrimas desciam pelo meu rosto. Me encolhi. Enxuguei aquele liquido, quase amargo, que dos meus olhos escorriam com a ajuda do travesseiro. A realidade me chamava. Só que eu não queria sair dali, porque doía. Doía muito. 

É tão cruel essa fantástica fábrica de sonhar.


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Citação : "Codinome Beija-Flor" - Cazuza


Ps: Sobre o título, quando digo "pior que aqueles" faço referência a um post de agosto entitulado "Aqueles Sonhos". Tenho preguiça e não estou craque em HTML ainda. Se tiverem curiosidade tá facinho de achar (:

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Saudade

"A coisa. O que deixa tudo com cara de metade. O que coloca tres pontinhos na última palavra. A coisa que dói e consola simultaneamente, incessantemente. A paz mais triste. O inferno silencioso que ofusca os sons da rua. A coisa. As sobras dum passado. O prato principal da cabeça vazia. A coisa que faz sonhar um pesadelo suportável, mas que não termina quando desperta, porque nunca dorme. Nem morre. A coisa linda que eu quero esquecer. A coisa podre que eu só sei lembrar. A coisa essa que não dá pra alcançar com as mãos, mas vive do meu lado o tempo inteiro. A coisa que vê o que eu não enxergo. A coisa que fala o que ninguém ouve. A coisa que toca e não tem calor, mas arrepia o corpo todo. E que não pesa o lado da cama, mas dorme comigo toda noite. A coisa que existe sem querer. E que quer o que não existe mais. A coisa que quase não tem nome, não fosse a criatividade do brasileiro em inventar pra coisa, uma palavra: Saudade."

(Maria Paula Fraga)


Meu jeito saudoso de ser se apaixonou por isso. Minha alma que é pura saudade do que tive e não tive, gritou. Meu corpo que às vezes trepida de saudade se arrepiou. E todo esse conjunto entitulado "eu" recordou, reviveu nos pensamentos momentos. Lembrei de tudo e de todos, do nada e do tudo. É, senti saudade.

domingo, 4 de setembro de 2011

A Aposta

 A menina estava lá atrás do portão, em um canto em que ninguém a via. Largou tudo, as bonecas e as panelinhas. Escondia-se daquele homem que estava do outro lado da rua, era horrível. Ele possuía marcas por todo o corpo, como se o tivessem espancado por horas. Tinha também um sorriso assustador, um olhar de quem já roubou muitas vidas e mãos vermelhas como se resto de sangue estivesse penetrado nelas. O homem tragava alguma coisa que a menina não conseguia identificar o que era.
 Vontade de chorar consumia a pequena criança. Porém, mesmo sendo pequena e jovem, era muito corajosa e forte.
 Sua mãe chegou, viu a menina daquele jeito. Sem entender o que acontecia tentou balbuciar algo, a menina fez sinal para ela não falar e apontou para o homem. Ela olhava o lugar apontado. Não via nada. Mas via medo, muito medo no olhar da pequena.
Murmurou “Você não vê, mãe?”. Ela balançou a cabeça negativamente com olhar de carinho. A menina voltou seu olhar de novo, o homem havia desaparecido. Correu para dentro de casa assim que percebeu o perigo distante. Sua mãe acompanhou seus passos, não entendia o que acontecia, mas acompanhou mesmo assim.
 Estava estranha, nada a entusiasmava como antes. Desenvolveu um olhar triste. Um olhar que observava as coisas mais simples. Um sorriso teatral. Não era mais um sorriso de criança.
 Sua mãe, pai, irmãos, todos queriam fazer algo. Tudo em vão.
 Só ela enxergava o homem que por muitas vezes visitava aquela rua. Ria dela e ia embora. Voltava, jogava um olhar ameaçador e ia embora. Retornava, tragava um pouco daquilo que segurava, gargalhava e ia embora. Ele parecia gostar dessa brincadeira que fazia com a menina.
 Emocionalmente cansada. Fisicamente exausta. Ela lutava contra essa brincadeira dele. Isso a torturava de várias formas.
 Tarde ensolarada, um calor que não deixava os pensamentos fluírem tranquilamente. A menina resolveu tentar encarar a rua mais uma vez. E lá estava ele, rindo.
Disse para si mesma “Chegou a hora de encarar.”

 - Me diz, quem é você? – Disse ela com raiva no olhar.
- Sou aquilo que vai destruir e paralisar a sua vida – Disse o homem com um sorriso maquiavélico.
- O que causou essas marcas no seu corpo? – Perguntou intrigada.
- Elas foram causadas pelas pessoas que tentaram lutar contra mim. – Riu olhando para as marcas.
- E essa sua mão avermelhada? – A resposta dessa pergunta era a que mais a assustava.
- Esse é o resto de sangue que penetrou em minhas mãos das pessoas que desistiram de lutar contra mim. – Ele gargalhou.
- O que é isso que você vive tragando? – Perguntou receosa.
- Isso é um pedaço da sua alma – Ele gargalhou um pouco mais alto.
- Afinal, quem é você? – Questionou já com lágrimas nos olhos.
- Eu sou a dor! E agora farei parte da sua vida, como fiz com tantas outras pessoas. – A gargalhada ecoou por toda parte.
- Mas, eu deixarei muitas marcas em você! Vou lutar até o fim, nunca vou desistir. Vou fazer você desistir de mim, quer apostar? – Desafiou a pequena.
- Você vai perder. – Afirmou ele.
- Eu tenho muitos guerreiros que lutarão junto comigo e eles são tão fortes quanto eu. – Sorriu docemente.
- Mesmo assim sua vida nunca mais será a mesma. – Retrucou ele.
- Talvez, mas eu tentarei fazer dela a melhor possível. – Disse confiante.
- Se é assim que você quer, apostado. – Disse ele com um sorriso de quem parecia duvidar que estivesse fazendo a coisa certa, ela tinha uma coragem enorme no olhar.