segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Momento

Ele olhou pra ela e disse:
 - Não é o momento de seguir com isso que está rolando entre a gente...
 Essas palavras soaram como um simples “Qual tipo de música você prefere?”, e ela não conseguia entender o porquê, dentro da sua cabeça gritavam perguntas: “Mas por quê? O que aconteceu? O que eu fiz? E a principal, porque não é o momento?!”

 Mas como sempre, fez o que estava acostumada a fazer, inspirou todo seu orgulho e disse:
- Ok, tudo bem.
 Falou como se dissesse “Faz o que você quiser, não to nem aí...”
Mas quase morrendo por dentro pra gritar : Não faz isso! Eu preciso de você aqui! Não seja mais um a me abandonar!  Eu me acostumei em ter seus beijos, sua mão pra segurar... Por favor, fica!
 Ele duvidando daquele “tudo bem”, quis garantir:
- Tudo bem mesmo?
Ela: Sim!

 Forçou então aquele sorriso que por muitas vezes estava acostumada a apresentar as pessoas, mas quando estava com ele era realmente sincero. Menos dessa vez.
Ele: Bom, eu preciso ir... A gente se fala?
Ela: Aham!

 Tentou forçar novamente aquele sorriso, mas se tornava mais torturante fazer isso. Como eles poderiam voltar a se falar sem ela sentir vontade de abraçar, beijar ou segurar a mão dele?

 Ele então deu um beijo no rosto dela e seguiu seu caminho.
 Ela continuou ali sentada na calçada acompanhando seus passos, enquanto ele ia sumindo pela rua.

 Quando ela teve certeza que ele não olharia para trás para ver se ela estava realmente bem, derramou uma lágrima. Mas só uma, seu orgulho já estava ferido demais para ir além disso.
 Se sentia patética, uma idiota... Entre tantos adjetivos para caracterizar uma menina fraca que chora por homem, como ela mesma pensava quando suas amigas, ou qualquer outra garota, fazia isso.

 Começou a tentar sentir raiva dele, xingou ele com todos os palavrões que conhecia, forçava sua mente a lembrar de todos os defeitos. Porém, nada disso adiantou sua mente logo se voltou a todas as qualidades.
 Ele é um rapaz ao qual, mesmo com seus defeitos, as qualidades dominam e você tem orgulho de estar ao lado dele.

 Ela viu que a lua já aparecia, então revisou novamente tudo que aconteceu naquele pequeno tempo, mais uma lágrima foi derramada (a última, ela jurou pra si.).
 Foi seguindo em direção sua casa. Passou por onde eles costumavam se encontrar, então exibiu um sorriso e disse baixinho para que só o vento pudesse ouvir e levar aquelas palavras para ele:
- Foi ótimo ter tido sua companhia. Obrigada.

Continua?

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