domingo, 31 de julho de 2011

Quebrando e Consertando

“Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara.” Caio F. Abreu

 Já quebrei tanto a cara que ao olhar para o espelho posso ver as marcas das rachaduras que se formaram, ainda encontro vestígios da cola que passei para ninguém notar o quanto já se quebrou e os pedacinhos que se desmancharam, de novo, eu peguei rapidamente do chão antes que alguém percebesse.
Aquele meu lado sensível e romântico vai desaparecendo a cada hora do dia. Vou me fechando para os sentimentos que possam surgir, vou me tornando calculista; calculando a hora certa para dizer cada palavra; vou secando por dentro, meu sangue vai se movimentando mais lentamente; impedindo meu coração de se acelerar por qualquer coisa.
Mas ainda, por enquanto, por mais rachaduras que coleciono na minha cara, me resta um tantinho de romantismo, um tantinho desse meu lado bobo de menina, um tantinho de esperança nas pessoas. Crio expectativas inúteis, que só se fixam no meu roteiro imaginário.
Se isso for viver de verdade, é, eu vivo a mais pura realidade.

“Hoje eu não consigo mais me lembrar de quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão eu já deixei.
Tantos bons quanto maus motivos.
Tantas vezes desilusão.
Quase nunca a vida é um balão.”  - Lulu Santos

sábado, 30 de julho de 2011

?!

Apenas uma vez queria ter certeza de algo.  Sem margens de erro, sem aquele pontinho de interrogação girar e dar voltas de 360°C pela minha cabeça, sem os faniquitos gritarem “Não, você está errada! Espera, pode estar certa também... Ah, se vira garota!”... Acho que não é pedir muito, ?
Cansei de indiretas, joguinhos de palavras! Quero ver atitudes, quero ouvir palavras sinceras, sem “jogarem” uma risada para disfarçarem o que sentem.
Isso tudo me confunde. Talvez eu seja inexperiente demais, mas, por favor, poderiam ser mais diretos?
Com certeza assim tudo seria mais facilitado, pra mim e pra você. Pra mim, então...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nem meu, nem seu.

As coisas que escrevo aqui não são completamente minhas, nem completamente suas.
Aquilo que era uma gota vira um oceano, o que era uma faísca vira um incêndio sem controle, o que era um aranhão se torna uma ferida exposta e aquele leve sorriso se torna uma felicidade imensurável.
Eu sugo e enxugo.
Removo e movo.
Encho e esvazio.
Encolho e me recolho.
Nesse “remexer” dentro de mim, vou me descobrindo e achando coisas escondidas. E, elas vêm além de mim, além do coração e além do cérebro. Acho que vem da alma.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Queria saber de você

Para um amigo perdido no meio do caminho.

 Eu me deixei levar, segui um caminho diferente. Agora estamos perdidos.
 Era tão diferente antes, ? Como fui deixar você escapar de mim?
Não faço a menor ideia como ou quando isso aconteceu, mas ainda sorrio ao lembrar das nossas conversas bobas enquanto jogávamos Pac-Man, lembra? Ah, e como era nojento você só comer arroz com ketchup! Tá, mas eu confesso que eu comer Ruffles com Chup-Chup era igualmente nojento.
   
E, o seu cachorro que tinha ciúme de mim, como eu tinha medo dele, sempre corria pra perto da sua mãe!
Nossas discussões sobre meninos e meninas, nos levaram a alguma coisa? Não, só a ótimas gargalhadas.
E claro, não posso me esquecer das nossas brincadeiras, dos nossos filmes de terror vistos escondidos na casa dos seus pais, e principalmente, aquelas tardes em que ficávamos, por horas deitados, conversando na cama onde só se ouvia as nossas vozes e mais nada.
Brigas, ciúmes, choros, gargalhadas, amizade.

 “Como vai você? Eu preciso saber da sua vida.”
Promete que volta pra me contar?



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Citação: Como vai você - 
Composição: Antônio Marcos - Mário Marcos

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bungee Jump Infinito

Abro o Word.
Espero... Nada.
Fecho e abro de novo.
Não adianta, nada me vêem a cabeça.
Não, estou mentindo, muitas coisas me vêem. Certos sonhos, certas possibilidades, certas expectativas...
 Poxa, havia jurado que não ocuparia mais meu coração com ninguém. Eu jurei. Como de repente me distrai da minha jura? Como fui me distrair com você?
Vejo que você começa a ocupar certos espaços do meu pensamento, faz com que eu me distraia facilmente e volte a pensar em você.
 Você veio com seu jeitinho divertido, lindo e aventureiro. Me fazendo sorrir à toa, apenas por lembrar de certas palavras sua jogadas pra mim e outras que eu joguei pra você com esse meu jeito impulsivo, e, é tão lindo.
 Sempre tive medo de altura, mas, agora que minha jura foi jogada novamente ao espaço, porque não me atirar de uma vez nesse bungee jump infinito totalmente desprotegida?
 Vou me arriscar de novo, deixar que as borboletas tomem conta mais uma vez, talvez você esteja lá para me segurar, e, eu sei que você vai cuidar de mim.

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 Apenas mais uma de paixonite aguda, nada demais.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Inseguro.

No dicionário:
Inseguro, ra [in.se.gu.ro, ra] – adj./s. Referindo- se a uma pessoa, que não tem segurança.
Sinônimo de inseguro no dicionário online de português: Abaladiço, abalado, aluído, bambo, comovido, hesitante, flácido, frouxo, impressionado, instável, lasso, oscilante e vacilante.

" O que constitui insegurança, incerteza afligente, cabe converter em experiência viva e significativa por meio do esforço para saber-se em condições de triunfar, o que depende exclusivamente daquele que se empenha por consegui-lo."
Fonte: Triunfo Pessoal - Joanna deÂngelis -Psicografia de Divaldo P. Franco


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 Na minha opinião, inseguro seria algo totalmente obscuro que não traz futuro.
 Nos faz passar por vários apuros, mesmo quando somos maduros.
 Juro que desconjuro ser inseguro, mas o que posso fazer?
 Não me torturo por ser assim.
 Vou criar um muro, não vou deixar que o furem.
 E quando estiver escuro, o mundo eu procuro e, então, me curo.
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Sinônimo de inseguro, no caso, pode ser apenas uma palavra: Eu.

sábado, 23 de julho de 2011

Heróis

 Estavam os dois sentados no meio da livraria, ele lendo um gibi e ela mais um romance. Um dos vendedores ia e volta pro ponto onde estavam como se tentasse pressioná-los a comprar algum livro logo, em vão, muito concentrados, como se o mundo desaparecesse quando ali ficavam nem percebiam a presença dele.
 De repente, ele olha para ela e pergunta:
- Posso perguntar uma coisa?
- Agora? Estou bem no clímax da história!
Disse choramingando, sem tirar os olhos do livro.
-É importante.
Insisti ele.
-Ai, tá bom... Fala!
Olha para ele sem um pingo de interesse.
-Você tá preparada?
-Para o quê? Para o momento em que você parar de falar e deixar eu terminar de ler? Com certeza!
Riu.
Ele continuou sério e disse:
-Não, para o momento que eu não estiver mais aqui.
-Nossa, cala a boca!
Disse irritada.
-Você precisa se preparar. Não vou estar para sempre ao seu lado.
-Não, você não pode fazer isso! Quem vai estar ao meu lado quando eu mais precisar? Quem vai me abraçar nas madrugadas em que eu tiver uma crise?
Se desesperou, seus olhos encheram de lágrima. Era muito difícil ela mostrar fragilidade perto dele, mas foi impossível controlar.
-Eu já lhe ensinei tudo que você precisa aprender, está na hora de você quebrar a cara sem eu estar lá para consertar.
Disse calmo, como sempre.
-Mas só você pode me ajudar, só você sabe me irritar e me deixar feliz ao mesmo tempo.  Porque você precisa fazer isso?
Não tinha controle sobre suas lágrimas, elas apenas escorriam.
-Eu já fiz demais por você, agora você precisa aprender a seguir sem mim.
-Mas você vai ir assim? Sem mais nem menos?
Olhava incrédula para ele.
-Não, minha pequena, eu vou estar sempre olhando por você. Mesmo que você não me veja. Eu apenas preciso deixar de querer sempre te proteger, para que assim você aprenda a se cuidar.
-Está cedo para você me deixar, você é meu herói, lembra?
-Lembro, mas está na hora, pequena.
O vendedor os intimou a comprar algo logo ou irem embora. Sem nem se sensibilizar com as lágrimas dela.
-Vamos.
Disse ele, puxou sua mão e foram.
 Mas ela tinha certeza, se a coisa ficasse mesmo feia ele estaria lá, por mais que ele negasse.
"There goes my hero
Watch him as he goes
There goes my hero
He's ordinary.” - Foo fighters
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 Todos temos, ou pelo menos tivemos, um “super-herói” em nossas vidas.
 Eles não voam, não lêem pensamentos e muito menos podem controlar o tempo. Mas parecem voar quando corremos perigo, como se lessem nossos pensamentos, desvendam o que estamos sentindo, e, parecem controlar o tempo com aquele abraço forte.
 Eles fazem parte do nosso mundo, são nosso alicerce, fazem parte da base que nos sustenta. É um irmão, um pai, um amigo... Mas, também pode ser uma irmã, uma mãe, uma amiga... Quem disse que não existem heroínas? (;
Pra todos os “heróis” que,  às vezes, nem notamos que temos.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aqueles Sonhos

Você apareceu de novo no meu sonho, só que dessa vez foi diferente.
Ao contrário das outras vezes, você me admirava pelo que eu era, e não pelo o que você desejasse que eu fosse.
Você não chegou me beijando, chegou me elogiando.
Você não veio querendo meus abraços, veio querendo minhas palavras.
Você quis meu olhar de aprovação, e não de paixão.
Você perguntou o que queria, eu respondi o que não devia.
Até nos sonhos as coisas vão continuar assim?
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"O sonho as vezes nos dá, o que a realidade nos nega."
( Desconhecido )

Mas parece que os sonhos também negam. Talvez pra fazer a gente aceitar a realidade.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Aprendi a Voar

 Não sou de porcelana, nem de vidro. E muito menos de papel que se desmancha com a água.
 Sou mais resistente do que você pensa, mas até do que penso, não cometa o mesmo erro que eu ao me subestimar.
 A minha força encontro por aí, vira e mexe cruzo com ela pelo caminho.
Acho que não vou superar, superado.
Vou cair, já levantei.
 Minhas quedas são grandes, mas quando eu alcanço vôo... Ah, como é bom!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Esqueça...

Eu sirvo pra esquecer.
Nunca pensei que ia dizer isso, mas acho que essa é a verdade.
Abraços, esquecidos.
Beijos, esquecidos.
Brigas, esquecidas.
Acho que a única coisa que ainda não consegui esquecer foi seu sorriso.
Ele é tão forte, marcante e contagiante. Meio bobo às vezes, tenho que reconhecer.
Mas nunca perde essa marca menino de ser.

sábado, 9 de julho de 2011

Alheios

 Por que você insiste? Pra quê todo esse esforço? Não vê que é em vão?
As pessoas não vão mudar em um piscar de olhos porque você quer, o mundo não gira porque é da sua vontade.  O mundo tá perdido? Talvez. Mas não será você que consertará isso. Se ache primeiro em meio a essa confusão que você se encontra, quem sabe então as coisas não voltem a seu lugar e você perceba seus erros, lembrando que é com eles que você deve se importar, e não com erros alheios que lhe parece tão mais satisfatórios.
Cuidado ao cuspir pro alto, cair no seu olho e você não ver a casca de banana à sua frente!


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"Respeite os problemas alheios, sem interferir neles, a menos que a sua cooperação seja solicitada." - André Luiz

Se apresse!

 Se você está esperando que eu corra atrás, esqueça.
 Eu já não tenho mais o mesmo fôlego, não tenho mais o mesmo desejo por vencer uma corrida que o prêmio possa vir com uma bomba escondida pronta para destruir a última linha de amor que me resta.
 Agora é com você, me puxe com toda sua força para eu continuar ou me empurre logo para o abismo mais próximo dessa estrada.
 Só não se arrependa. Por favor, não se arrependa.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O Momento - Continuação

 Quando ela o viu pela primeira, depois daquele dia que lhe marcou, estava preparada. Ela já tinha feitos meditações, rezas e talvez até bruxarias, tudo que ela pudesse para chegar e ele pensar que ela estava maravilhosamente bem sem a sua companhia.

 Antes de ele chegar, ela colocou pra tocar em seu iPod a música que mais a animava. Seus amigos foram chegando, se mostrava a pessoa mais feliz do mundo. Aquele sorriso nunca foi tão bem interpretado.

 Ele chegou. O coração dela se acelerava a cada passo.
 “Porque ele tem que chegar com esse sorriso que faz com que eu me sinta ainda tão proprietária de seu coração?”. Pensou ela, ao vê-lo.
 Veio em sua direção, cumprimentou ela e deu um beijo em seu rosto. Ela desviou o olhar de seus olhos, seria difícil olhar para eles quando ela estava mentindo que estava tudo bem.
 Ele conversava com todos que ali estavam. Menos com ela. Ela fingiu que não se importava, foi assim que ela aprendeu a lidar com seus sentimentos, era mais fácil.
E esse era só o primeiro dia do convívio diário que eles teriam daqui pra frente, afinal estudavam juntos, ela teria que se acostumar.
 
 Eles se falavam às vezes, mas parecia que a conversa nunca fluía entre eles como deveria.
Nos dias que eles não eram obrigados a se ver, parecia que ele fazia de propósito, a chamava para conversar no MSN. Porque ela não o bloqueava? Simplesmente sua mente e seu coração não deixavam, ainda tinha esperanças de ele chamá-la por lá, dizer que se arrependia por tudo e que a amava.
 “Parece que você não quer que eu te esqueça, porque faz comigo?”. Pensava.

 As coisas pareciam melhorar aos poucos. Ela se convencia de que ele que tinha perdido em não estar com ela, mas logo seu lado inseguro gritava: “Não, quem perdeu com tudo isso foi você. Só você.”

 Outros rapazes se interessavam por ela, mas sempre quando tentava ter uma relação com algum deles não conseguia. Ela olhava para eles e buscava as qualidades, o sorriso, as brincadeiras, o jeito meigo e educado dele, então desistia.
 Enfim, depois de um mês se sentia realmente recuperada. Um ciúme forte batia ao vê-lo conversar com alguma garota diferente, mas tudo bem.

 Em uma sexta-feira de manhã, acordou e cumpriu sua rotina. Só que aquele dia não acabaria bem como ela esperava. Chegou em casa, jogou sua bolsa no sofá, foi até a cozinha, abriu a geladeira, não encontrou nada que a interessava lá dentro, então foi para o quarto. Chegando lá, tirou os sapatos e começou a se arrumar para se encontrar com seus amigos. Cada movimento que ela dava, cada troca de roupa parecia ocorrer lentamente, era como se algo estivesse tentando fazer com que aquele momento fosse cada vez mais adiado. Sentiu que não deveria ir, mas suas amigas insistiram, ela odiava dizer algo e não cumprir... Disse que ia, agora ela teria que ir.

 Chegou linda, usou sua melhor roupa, sua melhor maquiagem e seu melhor sorriso. Cumprimentou todos seus amigos. Era sempre ótimo estar com eles, era um dos raros momentos que se sentia realmente feliz. Mas quando ele chegou de mãos dadas com outra, e ainda ouviu ele sussurrar amores ao pé do ouvido dela, a noite havia acabado para ela.
 Cumprimentou ele, como se nada a tivesse abalado, pediu licença a todos puxou a mão da amiga que sempre ouvia seus problemas com uma enorme paciência. Guiou sua amiga junto a ela até banheiro, a abraçou, segurou o choro, segurou até sua garganta doer e ela achar que não conseguiria suportar, mas suportou. Seu coração ficou pequeno de repente, seu estômago embrulhou e tudo isso porque ela viu ele com outra pessoa.
“Será que eu ainda o amo?”. Pensou ela ainda abraçada a sua amiga.
 Era óbvio que sim, mas ela odiava a possibilidade de admitir isso.

 Sua amiga a ouviu atentamente, no final deu apenas um conselho para ela:
- Se afaste de tudo que te prende a ele.
- Mas e a faculdade, e tudo que eu batalhei pra conseguir, essas coisas que eu estou conquistando?
Questionou ela.
- Aí dentro de você tem outros sonhos tão importantes quanto esses que você está conquistando. Conheço você há anos, tem sonhos que você guardou na sua alma por insegurança. Não acha que está na hora de resgatá-los?

 Bateram na porta do banheiro. Ela se recompôs rapidamente. Elas abriram a porta. Era um de seus amigos querendo saber se estava tudo bem, ela confirmou fazendo sinal com a cabeça.
 Voltou à mesa onde estavam todos sentados, deu uma desculpa qualquer e foi para casa.

Aquele conselho ecôo em sua mente durante todo o resto da noite, se revirava na cama, seu olhos não conseguiam se fechar. O sol já nascia quando finalmente eles cederam ao cansaço e ela conseguiu dormir.
 
O resto de seu fim de semana foi torturante, só conseguia pensar em tudo que ocorrera nesses últimos meses.
 Girava, girava e girava palavras ditas por ele, respostas diretas dadas por ela, conselhos que foram absorvidos, mas logo descartados pelo seu coração na esperança de ele voltar.

 A segunda-feira daquela nova semana amanheceu com uma ventania que ela nunca havia presenciado. Mas isso era só um detalhe, ela estava mesmo era concentrada na notícia que daria aos seus amigos.
 Chegou ao lugar marcado com eles, todos estavam curiosos para saber qual era a noticia que ela tinha pra dar com tanta urgência.
Disse de forma direta, sem rodeios, achou melhor assim:
- Vou para a França.
Foi bombardeada de questionamentos.
- Mas, como assim?
- Quando você decidiu isso?
- Por quê?
- E a faculdade?
- Com que dinheiro?
- Com quem?
- Quando?
Todos questionavam ao mesmo tempo, ela não sabia qual responder primeiro. Gritou:
- CALMA! Posso falar?!
Todos assentiram com a cabeça.
 - Eu vou trancar a faculdade. Resolvi isso ontem, vou sozinha e não quero companhia. Por mais que eu ame vocês não se ofereçam para ir comigo, primeiro motivo: porque vocês já têm suas vidas aqui bem estabelecidas para me seguir em uma aventura que eu mesma não sei se dará certo, segundo: Preciso desse tempo pra tentar colocar minha cabeça em ordem, terceiro: vou seguir os sonhos que havia guardado na minha alma há anos (Piscou para sua amiga) . E eu não sei exatamente quando, estou marcando ainda, mas até domingo já estarei lá.
Todos ouviram atentamente.
- Então temos que preparar uma despedida!
 Manifestou-se, animado, um dos seus amigos.
- NÃO! (risos)
Gritou ela de forma divertida.
- Por quê?
Disse ele perdendo o ânimo.
- Não quero despedidas, quero só o abraço de cada um agora!
Respondeu ela com um dos seus sorrisos mais sinceros.
 Todos obedeceram. Um por um a abraçou. Depois ficaram ali por horas lembrando das histórias divertidas que vivenciaram juntos.

 “Talvez toda aquela ventania de ontem fosse uma força maior tentando soprar para longe aquela dor no coração, que antes sempre foi tão forte.”. Pensou, logo ao acordar naquela terça-feira com um lindo sol brilhando como nunca em sua janela.
Estava tudo, finalmente, pronto para a viagem. Partiu em direção ao aeroporto.
Já tinha tudo em mente, investiria em um curso de artes plásticas pelo qual sempre sonho.
O ano se seguiu, fazia tempo que ela não se sentia tão realizada.
Tudo estava indo melhor do que ela imaginava, iria expor seu trabalho na melhor galeria de arte da França.
O dia era hoje, estava tão ansiosa, nunca imaginou que sua sorte fosse virar tão rápido como aconteceu. Há um ano parecia que tudo só ia contra ela, agora tudo seguia em um fluxo tão maravilhoso que era difícil acreditar em tudo que estava acontecendo.
Era ótimo ver que todos estavam realmente gostando do seu trabalho quando a exposição começou.

Mas algo inesperado aconteceu, ele estava lá, em meio a tanta gente ela o reconheceu. Tudo bem que só se passou um ano, mas ela tinha esperança de que a próxima vez que o vira não o reconheceria. Quando ela olhou nos olhos dele, não pôde conter alegria.

 Aí, vocês se perguntam: Ficou alegre porque o reencontrou?
E eu respondo a vocês: Não. A felicidade dela foi em ver que mais nem um milímetro do seu corpo arrepiava ao vê-lo, que o seu coração não batia forte e nem suas pernas ficavam bambas. Ela estava bem sem ele, ela não precisava dele para ser feliz.

Um novo amor seria bom? Talvez. Mas não agora, ela estava tão bem!
Ela se aproximou mais dele, e o abraçou com toda sua força. Mas diferente de quando o abraçava antes, foi um abraço de amigo.
“Senti sua falta, meu amigo.” Disse ela baixinho.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Caro amigo,

Nós vamos nos separar, uma hora saiba que poderá acontecer.  Cada um seguirá seu caminho, a amizade será distante, não será igual à daquelas tardes que passamos conversando sem perceber a hora passar. Não terá mais aquele “Eu te amo” puro ao final das conversas ao telefone.
Na próxima vez que a gente se encontrar, lembre-se disso e me dê seu abraço, aquele que faz eu me sentir protegida.
Na próxima vez, talvez a gente só tenha o passado para recordar, o presente será ausente.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Ele sorria

 Beatriz havia acabado de se mudar de Minas Gerais pra São Paulo, teve apenas duas semanas para se adaptar antes de começar em seu novo emprego.
 Estava admirada com a cidade que era tão agitada, diferente da pequena cidade do interior de Minas que vivia, mas ao mesmo tempo era tão solitária. Ela estava acostumada com as pessoas se cumprimentado pela rua, desejando “bom dia”, sentava nos bancos do parque e as pessoas puxavam conversa... Agora, nada disso acontecia. Perguntava-se se o problema era com ela, será que havia algo que as pessoas daqui sentiam dificuldade em se aproximar dela? Talvez aquele sotaque meio mineiro, meio interiorano? Mas, não podia ser isso, as pessoas mal falavam com ela pra perceber essa característica.

 Enfim, resolveu tirar isso da cabeça. Para quê preocupar-se se, ela com toda experiência de vida, que com seu 26 anos já era tão vasta, sabia que uma hora tudo ia seguir sua direção da melhor maneira possível.

 Seguiu então, naquela segunda-feira de abril . O vento batia devagar em seu rosto, gelado, mas fazia um sol quente, como seu coração que batia mais forte a cada passo que dava a caminho de mais uma etapa a ser passada em sua vida.

 Quase perto da entrada do prédio onde seria seu mais novo “habitat trabalístico”, como ela gostava de chamar, em meio aquela multidão, algo lhe chamou a atenção, um sorriso. Olhou fixamente para o dono daquele sorriso, não era o sorriso mais bonito que já tinha visto, mas parecia ser o mais sincero e puro. Ele vestia roupas simples, porém boas. Beirava os cinquenta anos pela sua aparência. Mantinha o olhar firme em uma direção, Beatriz guiou seus olhos tentando encontrar para o quê o homem sorria. Tentativa em vão, não havia nada para o que sorrir ali, ele olhava em direção a único arbusto que havia naquela rua. Porque alguém sorriria para um arbusto? 

 Olhou para o relógio, viu que estava atrasada, saiu correndo em direção ao prédio se esquecendo do homem que ali permaneceu.

 As horas passaram, por enquanto ocorria tudo bem no seu primeiro dia no trabalho.
O sol começou a bater mais forte na janela que ficava próxima a sua mesa, aquela luz a incomodava, resolveu se levantar para fechar um pouco as persianas. No momento em que se posicionou para puxar a cordinha, olhou para rua, e ali o viu novamente sorrindo. O telefone tocou e como se estivesse em transe olhando para aquele homem, deu quase um pulo voltando à realidade.
 Era sua mãe, queria saber como estava indo tudo na cidade que Beatriz estava se adaptando. "Não muito bem." pensou, mas ela sabia que as coisas iam se encaixar.

 Os dias foram se seguindo, e todo dia aquele homem permanecia ali sorrindo. Beatriz, não sabia muito bem que horas ele ia embora, mas sempre que ela estava indo para casa ele não estava mais ali. Era como se ele fosse uma miragem, algo que só ela via. As pessoas passavam e não ficavam intrigados, como ela, com aquele homem. Será que elas já estavam acostumadas com ele?

 Em um dos seus almoços, ela resolveu perguntar a uma colega de trabalho sobre aquele homem, porém foi inútil, a única coisa que ela disse foi que nunca havia reparado nele e perguntar se Beatriz estava interessada nele, lançando lhe um olhar sugestivo.
 “Será que as pessoas não podem se interessar por alguém sem ter segundas intenções nessa cidade?”, se perguntou Beatriz, indignada.

 Um mês se passou, e tudo continuou igual.

  No primeiro sábado de Maio, resolveu ir passear pelo parque que ficava próximo ao seu “habitat trabalístico”. Na volta, não resistiu, foi mais forte do que ela. Sentou-se ao lado do homem, ele olhou para ela, lhe cumprimentou , sorriu e voltou seu olhar para a mesma direção de sempre. Ela perguntou seu nome, descobriu que ele se chamava Antônio.
Ele, perguntou o dela.
- Beatriz, significa: Aquela que faz os outros felizes.
Lembrou ele. Sorriram.
Enfim a pergunta que não saia da cabeça de Beatriz:
 - Para o que o senhor sorri?
 - Eu sorrio para muita coisa, muita gente e você?
- (risos) Eu sei, mas sempre te vejo aqui sorrindo fixamente para aquele arbusto, ou pelo menos eu acho que é pra aquele arbusto...
- Venha cá!
Ele pegou na mão dela, juntou ela mais ao seu lado e apontou.
 - Você está vendo?
Perguntou ele.
Ela olhou para o lugar indicado, voltou seus olhos para Antônio e disse:
 - Agora eu estou.
 Afirmou ela com um sorriso puro e sincero olhando fixamente nos olhos de Antônio.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Momento

Ele olhou pra ela e disse:
 - Não é o momento de seguir com isso que está rolando entre a gente...
 Essas palavras soaram como um simples “Qual tipo de música você prefere?”, e ela não conseguia entender o porquê, dentro da sua cabeça gritavam perguntas: “Mas por quê? O que aconteceu? O que eu fiz? E a principal, porque não é o momento?!”

 Mas como sempre, fez o que estava acostumada a fazer, inspirou todo seu orgulho e disse:
- Ok, tudo bem.
 Falou como se dissesse “Faz o que você quiser, não to nem aí...”
Mas quase morrendo por dentro pra gritar : Não faz isso! Eu preciso de você aqui! Não seja mais um a me abandonar!  Eu me acostumei em ter seus beijos, sua mão pra segurar... Por favor, fica!
 Ele duvidando daquele “tudo bem”, quis garantir:
- Tudo bem mesmo?
Ela: Sim!

 Forçou então aquele sorriso que por muitas vezes estava acostumada a apresentar as pessoas, mas quando estava com ele era realmente sincero. Menos dessa vez.
Ele: Bom, eu preciso ir... A gente se fala?
Ela: Aham!

 Tentou forçar novamente aquele sorriso, mas se tornava mais torturante fazer isso. Como eles poderiam voltar a se falar sem ela sentir vontade de abraçar, beijar ou segurar a mão dele?

 Ele então deu um beijo no rosto dela e seguiu seu caminho.
 Ela continuou ali sentada na calçada acompanhando seus passos, enquanto ele ia sumindo pela rua.

 Quando ela teve certeza que ele não olharia para trás para ver se ela estava realmente bem, derramou uma lágrima. Mas só uma, seu orgulho já estava ferido demais para ir além disso.
 Se sentia patética, uma idiota... Entre tantos adjetivos para caracterizar uma menina fraca que chora por homem, como ela mesma pensava quando suas amigas, ou qualquer outra garota, fazia isso.

 Começou a tentar sentir raiva dele, xingou ele com todos os palavrões que conhecia, forçava sua mente a lembrar de todos os defeitos. Porém, nada disso adiantou sua mente logo se voltou a todas as qualidades.
 Ele é um rapaz ao qual, mesmo com seus defeitos, as qualidades dominam e você tem orgulho de estar ao lado dele.

 Ela viu que a lua já aparecia, então revisou novamente tudo que aconteceu naquele pequeno tempo, mais uma lágrima foi derramada (a última, ela jurou pra si.).
 Foi seguindo em direção sua casa. Passou por onde eles costumavam se encontrar, então exibiu um sorriso e disse baixinho para que só o vento pudesse ouvir e levar aquelas palavras para ele:
- Foi ótimo ter tido sua companhia. Obrigada.

Continua?

Padrão

 Vou deixar que o Universo me guie, seguindo assim do meu jeito meio atrapalhado e confuso.
Nunca tive habilidade em seguir uma “linha reta”, essa coisa de seguir padrões nunca fez minha cabeça. Seguir por onde as pessoas mandam? Não, obrigada.
Talvez você me olhe e pense “Essa garota segue padrões, sim!”. Realmente, talvez. Não porque a sociedade ou qualquer pessoa me impôs isso, sigo a linha torta que é meio direita por minha vontade, porque isso ou aquilo me agrada.
Não vou fazer aquilo que não me agrada por você. Por você? Nunca!
Talvez eu seja meio egoísta, não me importo.
 Não gostou? Segue seu rumo, não pedi pra você me amar.
Se me amar, talvez tenha esse amor de volta, mas provavelmente não.
Não me culpe, foram as marcas da vida que me fizeram ter essa atitude. Ou me culpe, tanto faz.
 Agora, se você me conquistar pode ter certeza que nunca vou desistir de você, te apoiarei sempre, seja um amigo ou um amor.
Texto confuso? Um mix de sentimentos? Disse muito e não disse nada? Bom, não me importa... Talvez os loucos me entendam.

Me apresentar?

Não estou afim de discutir 'quem sou eu', mas quero compartilhar algumas citações que ajudam a me definir...

Só lhe peço isso:
"Não me julgue, você sabe o meu nome, não minha história." - Demi Lovato

Penso mais ou menos assim:
"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..." - Fernando Pessoa

Um fato:
"Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito." - Clarice Lispector

Algo que uma típica ariana, como eu, diria:
"Tenho o direito de exigir obediência, porque as minhas ordens são sensatas." - Antonie de Saint-Exupéry

Quase uma filosofia de vida:
"Tenho juizo, mas não faço tudo certo, afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno!" - Martha Medeiros

Agora vê se me entenda:
"Eu não sou louco, é o mundo que não entende minha lucidez..." - Raul Seixas

Espero que curtam um pouco da minha lucidez!
Beijos!